Pedro Dom apareceu para trabalhar na Loop Reclame, onde eu já era produtor musical, sound designer, mixador e tudo mais. Foi então que conheci um dos músicos mais finos da jovem guarda da cena hip-hop do Sul do Brasil. Capaz de tocar no piano as peças mais intricadas de Debussy e Tom Jobim com precisão, ele ainda tinha a atitude de um menino virador da periferia — não que ele fosse, exatamente, mas estava mentalmente inserido nessa cultura tanto quanto nas melhores salas de concerto erudito do mundo.
Rolou uma afinidade instantânea entre nós e eu quase “cobrei” a oportunidade de mixar (e refinar) o trabalho que ele tinha gravado naquele momento, e que estava faltando drasticamente de acabamento. Acabei mixando várias do álbum e ganhei um amigo (prodígio) que guardo no coração até hoje.