O primeiro disco da icônica banda Defalla em 20 anos, foi todo mixado por mim junto com o Edu K (vocalista). Ele chegou a me fazer acreditar que seria coisa rápida.
Nas anotações, a data de entrega que foi combinada se tornou uma grande piada! Era pra ser só 3 semanas, mas a mixagem, quase sempre acompanhada por Edu K, foi daquelas profundas, quase uma continuação do processo de composição, com alterações severas de vários elementos e novas gravações surpresa aqui e ali. Eu e Edu K fizemos juntos dois EPs do Daniel Tessler e um single pra Cachorro Grande DURANTE as mixagens do Monstro, que acabou se extendendo por pouco mais de um ano.
Nesse trabalho rolou muita experimentação na busca por sonoridades de referências obscuras, muitas vezes reinventando técnicas analógicas antigas no mundo digital. Foi uma grande escola, conviver por um ano, na intensidade de uma mixagem a dois, com um ícone do rock gaúcho (e nacional!), que vem fazendo discos desde os anos 80, acompanhando os avanços das tecnologias de formas esquizofrênicas e sendo um gênio criativo (do mal!)
Além das mix, gravamos vocais, novos baixos com o baixista Carlo Pianta – que voltara para a banda no lugar do Flu – e até baterias com o Castor Daubt usando um microfone durante as gravações dos vocais (dos quais até eu participei). Lucio Brancato também gravou sitar para a faixa Timothy Leary, e recebemos os vocais da Pitty e do Humberto Gessinger para inserir nas músicas. Um boa parte da mixagem foi investido em resolução de problemas das gravações originais… normal, infelizmente.